ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

30/03/2014

BENDITAS PRATELEIRAS


  
Liberando nossos metros quadrados de chão...


 
 
Conseguem imaginar a vida sem elas!? Embelezam, organizam e, acima de tudo, resolvem. Benditas sejam as prateleiras nas nossas vidas!! Decidido o tema do post de hoje, em busca de imagens na internet, lembrei de episódio ocorrido ainda na faculdade de arquitetura. Visitando uma localidade menos favorecida da cidade, para realização de trabalho específico, percebi prateleiras entre outros itens auxiliando na organização daquelas rotinas. Ainda no local, em deslocamento ao lado do professor, lembro de ter comentado, reservadamente, que apesar do aspecto provisório das moradias visitadas, conseguia perceber elementos definitivos naquelas realidades. Ele, sempre muito discreto, tendo me escutado, concordou calado. Passados alguns dias, já em sala de aula, discutíamos a visita, quando pediu-me para detalhar o comentário...

   



Entre camas, no lugar do criado mudo...
 


No banheiro, substituindo o armário...



Em espaços restritos, funcionando como apoio...





Surpresa, expliquei ter observado, ainda que de forma precária, cortinas em janelas, imagens de santos ou espelhos fixados às paredes, utensílios pendurados em pregos e, até mesmo, prateleiras ajudando na organização. Lamentando, declarei suspeitar que aquelas pessoas, cientes da falta de perspectiva de mudança familiar, lutavam apenas pela sobrevivência, fixando-se aqueles espaços em caráter definitivo. Bastante envergonhada, após ser parabenizada pela observação/análise, nunca esqueci daquelas palavras que, brilhantemente, fecharam mais uma aula de campo. "Assim como médicos têm responsabilidade de lutar por vidas menos favorecidas, vocês, futuros arquitetos e possíveis interventores em realidades semelhantes, têm obrigação de levar esperança à esses irmãos, seja qual for a área de atuação escolhida." Mensagem bem entendida, prof.!!





Na cozinha, trabalhando em favor da estética...



Em circulações, trazendo leveza...



Na bancada de preparo, distribuindo charme...



Descomplicando inúmeras rotinas!!





Fonte imagens: INTERNET 

23/03/2014

FALANDO EM TÊNIS...








Quando criança, bem antes dos smartphones, lembro, entre  outras muitas diversões, das maravilhosas reuniões noturnas para compartilhamento de piadas na calçada da rua onde morávamos. Por não possuir habilidade alguma na área, sempre fiquei no grupo dos ouvintes. Uma delas, não pelo cômico, mas sim pelo trágico, nunca abandonou a minha memória:  

Numa tarde quente de verão, dois amigos estavam descansando sob a sombra de uma enorme árvore, quando ouvem um rugido bem próximo.
- Meu Deus, um leão! - gritou um deles.
Mais do que depressa o outro começa a calçar o tênis.
- Por que você está calçando o tênis? - pergunta o outro. - Você não acha que é capaz de correr mais do que o leão, acha?
- Não! Só preciso correr mais do que você...
 
Sem a menor intenção de levantar grandes discussões, o texto em questão, além de um curioso retrato das conturbadas relações humanas contemporâneas, desde então, passou a ser uma referência pessoal sobre o "conceito" de amizade. Diante de situações reais cotidianas relacionadas ao tema, passei a lembrar da inusitada piada. Mas, FALANDO EM TÊNIS...



 
 
* ORGANIZAÇÃO QUASE TRADICIONAL *




Sapatos espalhados pela casa?? Todos os espaços a eles destinados ocupados?? Já tentaram organizá-los com pares invertidos?? Ou separar um local para os de todo dia?? Então, vamos à soluções alternativas...







* ORGANIZAÇÃO ARTÍSTICA *




Mesclá-los com a decoração pode ser uma solução viável. Nesse caso, exponham, preferencialmente, os mais utilizados, sem esquecer da organização. Toda atenção: qualquer espécie de bagunça será "fatal".







* ORGANIZAÇÃO EM CAIXAS *
 
 
 
 
Caixas plásticas ou de papelão empilhadas, transparentes ou não,  permitirão a utilização total do espaço disponível. Optando pelas opacas, usar imagens visíveis dos seus conteúdos, facilitará o manuseio diário.
 

 
 
 
 

* ORGANIZAÇÃO COM ACESSÓRIOS *




Apesar de esquisitos, existem acessórios que, certamente,  ajudarão nas diversas organizações. Considerando que irão ocupar algum espaço, basta avaliar a disponibilidade, optando pelo que oferece a melhor solução.







* ORGANIZAÇÃO EM CABIDES *




Sapatos em cabides?? Nesse caso, o auxílio do marceneiro será fundamental. Como sugestão, locar o cabideiro o mais baixo possível. Os cabides podem ser encontrados no comércio ou, até mesmo, fabricados. 








Fonte imagens: INTERNET

16/03/2014

MAQUIAGEM



Uma pequena homenagem! (14.03.1879/18.04.1955)


 

 
Como definiríamos maquiagem?? Maquiagem. S. f. 1.  Ato ou efeito de maquiar(se); pintura. 2. O conjunto dos produtos de beleza utilizados para maquiar. maquiar1. V. t. d. 1. Medir com maquia (1). 2. Subtrair parte de; disfarçar. Int. 3. Cobrar a maquia. maquiadora, s. f. maquiar2. V. t. d. 1. Aplicar cosmético em (o rosto) para embelezamento, realce ou disfarce 2. Fig. Mascarar, disfarçar. P. 3. Maquiar o próprio rosto; pintar-se.
Com o perdão do também falecido Aurélo Buarque de Holanda Ferreira, para a rotina do ARQUITETANDO POR AÍ, a palavra em pauta representa mais que o descrito. É bem verdade que o fato de tentarmos "disfarçar" realidades anteriores, pode até ser considerado um ponto em comum. Porém, não sendo adepta de disfarces, busquemos uma definição mais precisa e esclarecerora para nossas maravilhosas maquiagens...
 
 
 
 
 
Adesivo de parede
 
 
 
 
Adesivo de parede
 
 
 
 
 
Em se tratando de arquitetura/organização, penso que maquiagem seria o resultado de algumas pequenas e significativas intervenções num determinado espaço, sempre buscando o custo zero. Como isso é possível!? Seleção/descarte de itens, organização, mudança de posição (e/ou reciclagem) de móveis, pintura, aquisição de acessórios/objetos etc. Só então, poderemos considerar concluída a citada maquiagem.
Apesar dos orçamentos familiares bastante restritos, organização e mudanças, seja onde vivemos ou trabalhamos, continuam sendo de vital importância para o nosso crescimento e bem estar. Por experiência própria, assim como observando os resultados do ARQUITETANDO POR AÍ, penso que essa renovação de "ares" acabam por ajudar a mantermos força e confiança para enfrentarmos nossas árduas tarefas diárias...
 
 
 
 
 
Patchwork
 
 
 

Patchwork
 
 
 
 
 
Absorvido e aplicado o princípio básico de aproveitamento máximo da infraestrutura existente, a sugestão seria criar um ponto de interferência maior, caracterizando a, tão desejada, mudança. Seja trocando as cores das paredes ou móveis, usando plotagens diversas, aplicando adesivos decorativos ou até mesmo ousando com a utilização de trabalhos em patchwork. Não só as planejem, como trabalhem por elas.
Nesse lindo trabalho de equipe, os clientes entram com a coragem, o desapego e uma pequena verba (promessa!!). Do lado de cá, após visita diagnóstica, sem custo algum, montaremos um plano e cuidaremos da ação propriamente dita. Em um tempo menor que o esperado, o espaço estará finalizado. Atenção: mudanças trazem muitos efeitos colaterais. Todos excelentes!! Duvidam?? Basta ligarem 3181.8277...
 
 
 
 

Fonte imagens: INTERNET

09/03/2014

ORGANIZANDO PARCERIAS



"Parceiria é uma relação bilateral."
Martha Medeiros




Nunca foi segredo a minha admiração pela forma simples e direta com que a escritora Martha Medeiros trata assuntos do cotidiano. Também não foi à toa que deixei um pedacinho de papel marcando a crônica Sustento Feminino, após leitura recente do seu último livro - A GRAÇA DA COISA. Num momento oportuno, o plano era compartilhar com todos, aqui no ARQUITETANDO POR AÍ. E eis que chega o 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Desejo que, assim como ela, indignem-se com as informações e não passem omissos pela "situação". Parcerias organizadas são de fundamental importância para a existência e prosperidade de qualquer relação emocionalmente saudável. ABAIXO O RETROCESSO, garotas!!




SUSTENTO FEMININO


Participando de um seminário sobre comportamento, onde foi dito que as mulheres estão de tal forma cansadas de suas múltiplas tarefas e do esforço para manter a independência que começam a ratear: andam sonhando de novo com um provedor, um homem que as sustente financeiramente. Não acreditei. Outro dia discuti com uma amiga porque duvidei quando ela disse estar percebendo a mesma coisa, que as mulheres estão selecionando seus parceiros pelo poder aquisitivo - não só as maduras e pragmáticas, mas também as adolescentes, que ainda deveriam cultivar algum romantismo.
Então é verdade? Pois me parece um retrocesso. A independência nos torna disponíveis para viver a vida da forma que quisermos, sem ter que “negociar” nossa felicidade com ninguém. São poucos os casos em que se pode ser independente sem ter a própria fonte de renda (que não precisa obrigatoriamente ser igual ou superior a do marido). Não é nenhum pecado o homem pagar uma viagem, dar presentes, segurar as pontas em despesas maiores, caso ele ganhe mais – é distribuição de renda. Mas se é ela que ganha mais, a madame também pode assumir o posto de provedora sênior, até que as coisas se equalizem. Parceria é uma relação bilateral. É importante que ambos sejam autossuficientes para que não haja distorções sobre o que significa “amor” com aspas e amor sem aspas.
As mulheres precisam muito dos homens, mas por razões mais profundas. Estamos realmente com sobrecarga de funções – pressão auto-imposta, diga-se –, o que faz com que percamos nossa conexão com a feminilidade: para ser mulher não basta usar saia e pintar as unhas, essa é a parte fácil. A questão é ancestral: temos, sim, necessidade de um olhar protetor e amoroso, de um parceiro que nos deseje por nossa delicadeza, nossa sensualidade, nosso mistério. O homem nos confirma como mulher, e nós a eles. Essa é a verdadeira troca, que está difícil de acontecer porque viramos generais da banda sem direito a vacilações, e eles, assustados com essa senhora que fala grosso, acabam por se infantilizar ainda mais.
Podemos ser independentes e ternas, independentes e carinhosas, independentes e fêmeas – não há contradição. Estamos mais solitárias porque queremos ter a última palavra em tudo, ser nota 10 em tudo, a superpoderosa que não delega, não ouve ninguém e que está ficando biruta sem perceber.
Garotas, não desistam da sua independência. Façam o que estiver ao seu alcance, seja através do trabalho ou do estudo, em busca de realização e amor-próprio. Escolher parceiros pelo saldo bancário é triste e antigo, os tempos são outros. É plausível que se procure alguém com o mesmo nível intelectual e social, com um projeto de vida parecido e com potencial de crescimento – mas para crescerem juntos, não para garantir um tutor.
A solidão, como contingência da vida, não é trágica, podemos dar conta de nós mesmas. Mas, ainda que eu pareça obsoleta, ainda acredito que se sentir amada é que nos sustenta de fato.

 
Martha Medeiros - A Graça da Coisa - outubro/2011
 
 

 
 
Fonte imagem: INTERNET

02/03/2014

DIFERENÇAS


 





Domingo de carnaval. Enquanto a maioria canta e dança atrás de qualquer coisa que lhes proporcione um pouco de alívio, nossos governantes, levianamente, aproveitam o momento para desenhar o futuro do país, da forma que melhor lhes convier. Já em clima de loucura pré-carnavalesca, há dias, fui marcada numa publicação do facebook entitulada CORDAS. Ainda sem saber do que se tratava, minha imaginação foi levada às cordas que costumam delimitar os blocos carnavalescos. Cruzes!! Errei feio...










A citada publicação, com o título traduzido para o português, trazia o belíssimo e mais recente trabalho do diretor Pedro Sólin García: CUERDAS. Recém ganhador do prêmio Goya 2014, maior premiação do cinema espanhol (melhor curta metragem de animação), CUERDAS cativou-me desde o primeiro momento. Em seus 11 minutos, a relação de Maria, uma menina que vive num orfanato, e um colega portador de paralisia cerebral retrata uma linda lição de amor, amizade e respeito pelas diferenças.










O autor/diretor diz que a ideia de contar a história de amor e dedicação da sua filha Alejandra pelo irmão Nicholás, portador de paralisia cerebral, surgiu há pouco mais de dois anos. "Quando pensando no futuro incerto do meu filho, ouvi uma canção que dizia: te atarei com todas minhas forças, meus braços serão cordas. Nesse momento, toda a história passou diante de mim. Só precisei chegar em casa e escrevê-la. O menino é meu filho, a cadeira de rodas que aparece é a cadeira dele. E foi a primeira que fiz."










Igualdade, solidariedade, amizade são muito citados como sentimentos, mas, como atitudes, não são encarados com a seriedade merecida. Nesse singelo curta metragem, fica claro, através do olhar de uma criança, que todos somos iguais e que, quando se tem um amigo de verdade, vencer as dificuldades é apenas uma questão de criatividade. Divulgado inicialmente no youtube, o vídeo foi retirado por conta de direitos autorais. Felizmente, circulam informações que a equipe já estuda outra forma de exibição.





Página oficial do Prêmio Goya

Cuerdas

La rutina de María en el colegio se verá alterada por la llegada
de un niño muy especial. Pronto se convertirán en amigos inseparables.
 
Nacionalidad: Española
Dirección: Pedro Solís García
Producción: La Fiesta Producciones (Nicolás Matji González)

 

1 Goya / 1 Candidaturas


Mejor cortometraje de animación español
Dirección: Pedro Solís García  
 
 
 
 
 
Por trás de tudo que estas crianças (e adultos!) especiais não fazem, batem corações e funcionam cérebros sedentos por reconhecimento, atenção e carinho. Enxergá-los como semelhantes é uma obrigação. Deixar aflorar as Marias que nos habitam é a plenitude da vida em comunidade. Passados dois dias da publicação, eis que recebo o link para CORDAS, já disponível no youtube, de uma amiga distante e muito querida. Para conferir, basta clicar e ativar a legenda. Obrigada, Nivia Camargo!!





 





Fonte: http://cuerdasshort.com