ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

25/05/2014

TRABALHOS DOMÉSTICOS



Com organização, fica muito melhor...




O Mestre da Faxina

 
Subtamente, minha faxineira desapareceu. Deixou chinelos, um avental e um maço de cigarros pela metade. Três semanas depois, resolvi:
— Eu mesmo vou limpar o apartamento!
Peguei um saco de lixo grande, botei dois coadores de café usados, a casca de uma mexerica e algumas torradas secas. No processo, um pedaço de torrada caiu no chão. Esmigalhei-o com o pé, sem querer. Observei horrorizado os pedacinhos se espalharem pelo piso.
— Não tem importância, depois vou lavar o chão.
Joguei o lixo. Voltei. Abri a geladeira. Duas cenouras mumificadas me observavam. Retornei ao lixo. Foram dez idas e vindas. Sempre esquecia alguma coisinha! Finalmente, encarei a cerâmica da cozinha. Originalmente, é branca. A alvura ocultava-se sob manchas marrons, vermelhas e cinzentas. Passei a vassoura. As manchas continuavam lá. Tocou o telefone.
— Estou às voltas com a vassoura — expliquei, sorridente.
— Vai voar? — perguntou meu interlocutor.
Desliguei e voltei à cozinha. Tinha espalhado as migalhas de torrada por todo o trajeto. Achei melhor me concentrar e pensar na sala mais tarde. Cautelosamente, espalhei o líquido limpador multiuso no chão. Puxei a sujeira com o rodinho. As manchas desapareciam magicamente!
— Venci as faxineiras — comemorei.
Só então descobri estar do lado oposto à porta. Ao voltar sobre a área limpa e molhada, na ponta dos pés, minhas botas espalharam marcas pretas, bem redondinhas. Dava a impressão de que uma cabra havia passado por lá. Suspirei. Tirei os sapatos, as meias e arregacei as calças. Joguei limpador de novo. Puxei o rodinho, dessa vez ao contrário. Trouxe uma horrível borra cinza até a porta da sala. Quando ia atingir meu tapete persa, corri até a pia, peguei um pano e ajoelhei-me para eliminar a borra. O pano estava imundo, emporcalhei tudo mais ainda. Pior; meus joelhos também se sujaram e minhas próprias calças passaram a criar manchas. Não tive dúvida: tirei a roupa toda.
— O melhor é ficar nu — concluí, embora, é claro, nunca tenha visto uma faxineira trabalhando pelada.
Retornei à pia, tentei lavar o pano. A pia entupiu. Corri ao banheiro, acrescentando mais marcas no chão. Molhei e torci o trapo. Mais limpador. Notei que as casquinhas da torrada, apesar de todo o meu empenho, pareciam ter colado na cerâmica. Agachei-me e, com a ponta das unhas, fui tirando uma por uma. Até quase enlouquecer. Quis chorar. Pus a mão nos cabelos, e o líquido de limpeza começou a escorrer pelo meu rosto. Espirrei. Joguei água por tudo, espalhei sapólio e passei o rodinho. Meus pés arderam. Ao puxar os detritos, eles voaram no tapete persa. Deitei-me sobre o tapete para caçar os pontinhos de sujeira. Nesse instante, o rodinho escorregou e caiu em direção ao ralo. Na batida, uma poça d'água explodiu. Com fúria, agarrei o pano e passei em cada milímetro do piso. Desmaiei no tapete, exausto. Olhei a cozinha.
Surpresa! O piso estava limpo! Suspirei, quis tomar um café. Duas gotas negras caíram da xícara. Desesperado, quase lambi o chão. Limpei com meu próprio lenço. Respirei profundamente, senti minha franja grudada nos cílios. Uma mancha de sapólio se instalara na minha barriga! Corri para a ducha. Adormeci pensando como seria fascinante limpar a sala, no dia seguinte.
De manhã bem cedo, a faxineira reapareceu com uma história complicadíssima. Quase beijei seus pés. Sempre desdenhei os trabalhos domésticos. Quando ouvia alguém falar em ser dona de casa, torcia o nariz. Já me arrependi. Francamente! Que vida!

 
Walcyr Carrasco - Pequenos Delitos e outras crônicas
 
 
 
 
Apesar da idade do texto, nada mais atual que as dificuldades acima descritas. Quem nunca se viu em apuros diante de trabalhos domésticos, que jogue a primeira pedra. Numa tentativa de minimizá-los, deixo-os com algumas ideias criativas para organização do material, lembrando a importância das nossas profissionais do lar e suas rotinas complicadas. Mantenho uma antiga convicção de que assumi-las como parceiras, buscando uma relação leve e transparente é a melhor das soluções...  
 
 
 

 
Sapateira transparente
 
 



Caixas pallets


 


Cestas etiquetadas





Painel perfurado





Móvel com rodízio

 
 
 

 Fonte Imagens: INTERNET

18/05/2014

ABAIXO O PHOTOSHOP



Viva a beleza natural!!





Mais uma semana de muito trabalho. Consequentemente, pouco tempo para navegar na internet. As operações diárias se resumiram a conectar, alimentar a fanpage do ARQUITETANDO POR AÍ e desconectar. Numa delas, no meu feed de notícias do facebook, algo chamou-me a atenção. Como headline: Verily - nova revista feminina escolhe banir o Photoshop de suas fotos e chacoalha o mercado editorial. Entendi tratar-se de um compartilhamento de post do site hypeness. Segue transcrição do texto... 

Na contramão das grandes publicações voltadas para o público feminino, há uma revista que quer mostrar a real beleza da mulher – com direito a rugas, marcas, pneuzinhos e tudo mais. Em um mundo em que a beleza ideal reina, a norte-americana Verily é a primeira revista feminina que baniu o Photoshop.
Sem medo de ser feliz, a publicação anuncia que nenhuma de suas modelos passa por qualquer tipo de “cirurgia” virtual no editor de imagens. A intenção é aproximar as leitoras e fazer com que elas se sintam bem. “Nós realmente acreditamos que as características únicas de cada mulher – sejam elas pés de galinha, sardas ou um corpo que não esteja todo durinho – contribuem para sua beleza e, dessa forma, não precisam ser removidas ou alteradas”, afirma a Verily em sua “Política do Photoshop”.
A revista, que trata sobre assuntos como beleza, moda, sexo e comportamento, vai além em sua meta de fazer com que as mulheres se sintam bem. Recentemente, em uma de suas matérias, a Verily transportou a moda das passarelas para a realidade de suas leitoras. Em vez de modelos renomadas usando Prada, Tommy Hilfiger e outras grifes de luxo, a publicação usou mulheres comuns e roupas de preço acessível, encontradas em lojas populares.

Diante do reconhecimento das nossas particularidades e imperfeições, nunca entendi o fascínio por esse editor de imagens. Para que "melhorar" a imagem de alguém, exaltando a perfeição, quando fora dela os envolvidos permanecem da mesma forma!? Realmente, uma "cirurgia" virtual. E foi em busca de confirmação que fui até a Verily. Atentem para o que encontrei, na seção about us, fazendo parte da política da revista!? OBs.: o trecho sublinhado, já traduzido, aparece na publicação transcrita.
 

Our Photoshop Policy

 
Whereas other magazines photoshop to achieve the “ideal” body type or leave a maximum of three wrinkles, we never alter the body or face structure of our models with Photoshop. We firmly believe that the unique features of women — be it crows feet, freckles, or a less-than-rock-hard body — contribute to their beauty and therefore don’t need to be removed or changed.
 

“Women want to feel naturally beautiful.”
Kara Eschbach*
*"Mulheres querem se sentir naturalmente bonitas."
Kara Eschbach (co-fundadora da Verily)





Adepta não só da autenticidade, mas, principalmente, do reconhecimento e aceitação das nossas características individuais, encantei-me com a atitude corajosa dos fundadores da revista. Numa visita ao site da Verily, poderão comprovar que, dentro da normalidade, vaidade continua na moda, sem prejudicar ninguém. Assim, por essa razão, bem como por uma necessidade de organização pessoal, garimpei algumas dicas bem criativas para facilitar o manuseio das nossas maquiagens. Podem usar e abusar!!

  
 
 

Simplicidade com pratos disponíveis





Praticidade usando gavetas planejadas





Decorativa com reutilização de itens





Charmosa dispondo de produtos criativos

 
 


Inovadora com quadro magnético e imãs





Fonte imagens: INTERNET

11/05/2014

AGUARDANDO O DIA DAS MÃES...



"Quando as pessoas se importam
umas com as outras, sempre dão um jeito
de fazer as coisas darem certo."
Nicolas Sparks





Durante a semana, num dos momentos "mãetorista", quando ouvíamos as notícias do trânsito no rádio do carro, eis que entra a propaganda do Dia das Mães de um dos shoppings da cidade. Uma voz de criança, cheia de dúvida, enumerava itens possíveis para presentear sua mãe: "Bolsa, perfume, relógio...??" Finalizada a grande lista, a voz, num tom de conforto, afirmava já ter ouvido da própria mãe que o verdadeiro presente era ela mesma. Sem esperar pelo final do texto, em coro, ouço: "Tá vendo, mamãe!!" E com a mesma rapidez, usando um trabalho de escola como gancho, concluí: "Propaganda enganosa!! Não abro mão da minha surpresa!!" E o assunto foi encerrado com um gargalhada generalizada...
Desde muito pequenas, sempre as estimulamos a criarem algo para marcar as duas importantes datas festivas: Dia das Mães e Dia dos Pais. À medida que foram crescendo e aprendendo a lidar com dinheiro, passaram a economizar para as citadas ocasiões. Sem darmos importância alguma ao valor do presente, valorizamos a criatividade envolvida. Jamais esquecerei a sensação de ser acordada com um queijo branco gelado nas mãos quando ganhei "um beijo e um queijo" de uma delas. E foram muitas as surpresas!! Porém, também por nós estimuladas, passaram a pensar em economia. Assim, sem notar providência alguma na realização da esperada surpresa, aproveitando a publicidade, acabei estimulando o consumo. Xi!!





Criatividade




 
Mas como obter êxito nesse "treinamento" diário?? Sem instruções nem fórmulas mágicas, penso que exemplo é fundamental. Desde pequenas, sempre que possível, buscamos juntos soluções criativas para os seus problemas do cotidiano. Agentes da mudança, conhecem, de perto, o poder da criatividade na superação dos obstáculos. Assim, junto com abraços carinhosos à todas as mães ligadas ao ARQUITETANDO POR AÍ, deixo aqui algumas imagens inspiradoras. Tenham um dia muito feliz e mãos à obra!!
 
 
  


Módulos abertos para brinquedos





Miudezas em cestas personalizadas
 
   



Porta retrato adaptado para bijoux





Dvds catalogados sem capa em pasta A/Z





Quadros em cortiça e ganchos para mochilas

 

 
 
Cabideiros com latas organizadoras




 
Molduras reaproveitadas como expositores de arte
   



 
Móvel vazado com cestas
 

 
 
 
 
 Fonte Imagens: INTERNET

04/05/2014

TRABALHANDO EM EQUIPE



Grande verdade!!

 

 
 

 

Manhã de sábado. A menos de 24hs da publicação semanal, o status permanece o mesmo: sem ideias. Definido apenas o título, inspirada por mais um período de surpresas, vou em busca de ajuda, não dos "universitários", mas, obviamente, dos gênios criativos da internet. Muitas imagens, muitas dicas, eis que, às 11:19hs, sou marcada numa publicação de uma amiga brasileira residente no México. Já conhecendo o seu apurado gosto musical, sedenta por um intervalo, clico no que me parecia ser mais uma apresentação original. Desconhecendo o trabalho da banda PATAX, vencida semana de emoção, não tive como conter as lágrimas.
Ao longo dos 7 minutos e 27 segundos anunciados, diante de uma obra prima musical, minha mente conseguiu unir elementos da apresentação com muita coisa da rotina de qualquer organização, numa harmonia perfeita entre vida e arte. Sensibilidade, criatividade, inovação, confiança, sincronia, cumplicidade, amor, sempre serão ingredientes fundamentais para que trabalhos em equipe sejam bem sucedidos. E penso que viver é o maior deles. Assim como na vida, também numa partitura musical, existem passos a serem seguidos. Porém, lindo de verdade, é ter o poder da improvisação e superação diante de tantas situações inesperadas.
 
 
 
 
 





Ao pesquisar sobre a criativa versão de Billie Jean, um dos muitos sucessos do cantor Michael Jackson, fica claro que o grupo, usando arranjos originais, onde os integrantes buscam comunhão ente o flamenco e o folclore afrocubano, dominam o trabalho em equipe. Liderados pelo percussionista e compositor Jorge Pérez,  um espanhol autodidata nascido em Boston, a banda de jazz PATAX segue no caminho da criatividade. Assim, penso que podemos ser criativos, não apenas nas nossas previsíveis rotinas, mas, diante das adversidades. Dessa forma, juntos, transformaremos "sucessos consagrados" em obras ainda melhores...





PATAX


Jorge Pérez: percussão (Espanha e EUA)
Federico Lechner: piano (Argentina)
Carlos Sánchez: baixo (Espanha)
Marcos Collado: guitarra (Espanha)
Valentín Iturat: batería (Espanha)
Fabrizio Scarafile: sax e flauta (Itália)
Roberto Pacheco: trombone (Espanha) 





Fonte: http://www.patax.es/