ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

24/01/2016

PAUSA PARA REFLEXÃO






Sempre de braços dados com a honestidade, preciso confessar: por conta do trabalho da pmg, foi impossível pensar no post de hoje ao longo da semana. Ainda sem ideias, soubemos que uma família de amigos pra lá de especial, residentes em SP, estava se despedindo do verão de Salvador. Passado um ano sem vê-los, no sábado, precisávamos nos encontrar. Mas e o post de hoje? Fomos mesmo assim! E foi lá, numa deliciosa conversa com a parte feminina da citada família, que descobrimos usar meios parecidos em busca de dias felizes. Ainda a milhas e milhas do meu notebook, lembrei de mais um sensacional texto de Martha Medeiros. Então, durante essa pausa para reflexão, prometi à Elvia Costa o compartilhamento abaixo... 




Simples Assim



Recebi um e-mail da prefeitura avisando que de agora até abril de 2016 haverá a construção de uma superciclovia cortando toda a área central da cidade. Eles dizem que durante a primeira fase dos trabalhos serei avisada sobre quais ruas devo evitar nas horas de pico e também serei comunicada quando houver algum desvio. Disseram também que o transporte público não será afetado, mas poderá eventualmente acontcer algum atraso nos horários previstos de chegada dos ônibus nas estações. Por fim, divulgaram um site onde encontro uma animação em 3D reproduzindo todo o trajato da ciclovia, incluindo os cruzamentos e a sinalização, assim como as datas de início e conclusão de cada trecho e horário de atendimento por telefone para esclarecimento de dúvidas.
O e-mail é da prefeitura de Londres. Cerca de dois anos atrás, passei um mês estudando lá e comprei um Oyster Card, que é um cartão para transitar por transporte público por toda a cidade. Fiquei cadastrada no mailing deles e desde então recebo periodicamente as informações sobre o trânsito da capital inglesa. Sei quais linhas de metrô e ônibus sofrerão atraso, quais serão as alterações de rota nos feriados e nos períodos de obras, recebo pedido de desculpas pelos trantornos e agradecimentos pela minha cooperação.
A cada vez que recebo um comunicado desses, lembro como é ser tratada como cidadã. E penso: é assim que tinha que ser. Tudo. Tudo na vida. Não sou inimiga da flexibilidade, há modos diversos de se administrar uma cidade, um relacionamento, um trabalho, porém muitos problemas seriam eliminados se optássemos pela maneira consagrada, a que sempre funcionou: transparência e assertividade.
Como é que tem que ser? Se te perguntam, responda. Se te emprestam, devolva. Sem dinheiro, não compre. Se te dão, agradeça. Se te confiaram, cuide. Se te agridem, afaste-se. Se te pagaram, entregue. Se cansou, pare. Se te confidenciaram, silencie. Se te roubaram, acuse. Se colocou no mundo, crie. Se contratou, pague. Se gostou, fique. Se não gostou, recuse. Se errou, desculpe-se. Se acertou, repita. Se tem que fazer, faça. Se prometeu, cumpra. Se vai atrasar, avise. Se te necessitam, ajude. Se você precisa, peça.
É feito um relógio. Tique-taque, no ritmo da eficiência. Porém, as pessoas fogem desse esquema porque acreditam que ficarão engessadas, que serão chamadas de caretas ou que terão uma existência simplista. Que bobagem. Elas apenas adiantarão seu lado, a fim de ganhar tempo para se dedicarem à deliciosa anarquia da vida, aquela que, aí sim, nunca teve tique-taque. Se gamar, invista. Se sofrer, azar. Se der frio na barriga, celebre. Se vacilar, tente de novo. Se parecer longe, vá igual. Se nunca fez, arrisque. Se der medo, vença-o. Se não souber, invente. Se falhar, ria. Se cansou, viaje. Se calor, praia. Se calhar, Londres.

Martha Medeiros - Zero Hora - Junho/15





Fonte image: INTERNET

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