ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

13/10/2013

DESABAFO



Apenas uma questão de ponto de vista...




12/10/2013, Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e feriado nacional, desde 1980. Sem ideias, muito menos concentração, por conta dos acontecimentos recentes, já havia decidido: domingo não haverá post. Porém, ao sairmos para comemorar o, também, Dia das Crianças, resolvemos almoçar no restaurante Aogobom. Sem clima para grandes badalações, intencionalmente, chegamos cedo. Diante de uma comida chinesa à quilo da melhor qualidade, percebi na fila, uma única senhora, atrás do nosso grupo de quatro. Gentilmente, dirigi-me à uma das filhas: "Deixe a tia passar na frente para que ela não precise esperar por todos nós." Forte, bonita, saudável, aparentando, no máximo, seus 65 anos, tomando a dianteira da fila, a suposta gentil senhora se posiciona: "Eu não sou tia dela." E não satisfeita, confirma: "Ela não é minha sobrinha." Silêncio total. Impressionada com a falta de sintonia entre nós (para não dizer outra coisa!), sabem o que fiz?? Nada...
Somos todos vítimas do mundo moderno. Moramos num país sem rumo, sem exemplos, sem perspectivas. Invariavelmente, carregamos nossas fobias, paranoias, frustrações e sabe lá mais o que, seja qual for o destino. Enfrentamos, diariamente, trânsito caótico, violência, injustiças sociais, despesas crescentes. E, apesar de adultos,  não temos controle, muito menos, constrangimento algum em arremessar sobre o próximo tudo que não conseguimos solucionar ao longo de uma vida inteira. Assim, caminhamos para uma sociedade insustentável. Que fazer!? O mais rápido possível, precisamos aprender a distinguir as situações que valem das que não valem a pena gastarmos nossas valiosas energias. Passado o silêncio providencial, a dita senhora trocou seu prato de louça por uma quentinha, serviu-se e, num piscar de olhos, sumiu. Assim, o nosso almoço delicioso ocorreu na mais perfeita paz. Rezando que, para ela, tenha sido um excelente aprendizado. Que Deus a proteja!!


 

Exercício diário

 
 
 
Lembrei de um texto enviado, lá em 2011, por uma amiga muito especial...

A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu. Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva. 
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro. As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "já!", instantaneamente, todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e os comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas, se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?" Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo? Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!"
 
Segundo Giuliana Capello, jornalista ambiental, "Ubuntu fala sobre a noção de comunidade que, infelizmente, muitos de nós perdemos pelo caminho, em algum momento. É aquele sentimento de solidariedade, gentileza, respeito, tolerância e pertencimento que faz das relações, atitudes e comportamentos humanos experiências ricas, únicas, transcendentais."




Filosofia africana




Precisamos estar atentos às armadilhas do mundo moderno, sempre lembrando dos nossos sábios vizinhos africanos. Ainda que com as rotinas organizadas, diante dos dias caóticos que enfrentamos, numa fração de segundos, a vida pode nos pregar peças, modificando significativamente o que levamos bastante tempo para construir. Estando conscientes e preparados, já é extremamente difícil de enfrentar, imagina só, ao sermos pegos de surpresa. Fazemos parte do mesmo todo e, infelizmente, estamos expostos às mesmas situações de risco. As dificuldades de um irmão hoje, podem ser as nossas amanhã. Acordemos...

 
 

Fonte Imagens: INTERNET

4 comentários:

  1. Fiquei pensando onde estaria a lição de organização do post de hoje. Eureka! Organizando as atitudes diárias por um mundo um pouco melhor. Quanta sensibilidade, Patricia! Obrigada por tudo...

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    1. Adorei "um pouco melhor"!! O problema é que precisamos desse resultado com muuuuuita urgência. Obrigada pelo comentário...

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  2. pois é, paty.... as pessoas estão tão doentes, que são incapazes de reconhecer uma gentileza e devolvem com toda acidez de suas almas. mas pessoas como você (e eu) não pode desistir de cantar o mantra diário "gentileza gera gentileza", infinitas vezes... estamos juntas, sócia! bjs

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    1. Concordamos em gênero, número e grau!! Não desistirei jamais!! Esse mundo é muito injusto. Obrigada pela força, sócia... Mil bjs

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