FELIZ TODO DIA!
#elesmetransformam |
Que dizer sobre uma rotina diária com trabalho de organização misturado às demandas de duas adolescentes!? De enlouquecer qualquer um!! E, sempre com a sensação de que o dia deveria ter pelo menos 48 horas, sigo participando de momentos ímpares, muitas vezes, em pleno trânsito. Há poucos dias, tal qual as premiações que elas insistem em acompanhar, resolveram escolher os melhores momentos das suas próprias vidas. Entre concordâncias e discordâncias, tentavam eleger o melhor de tudo: músicas, filmes, livros, comidas, presentes. Pensem numa lista grande...
Acompanhando a diversão delas até onde os meus devaneios permitiram, lembrei da proximidade do Dia das Mães e resolvi eleger a melhor mãe que já conheci. Sem grandes dificuldades, logo entendi que precisava viver 47 anos antes de pensar em realizar tal competição. E, lá no topo do pódio, às vésperas de ser vovó, está ela que, como mãe, não se cansa de colecionar alegrias. Eis que, Martha Medeiros e suas ponderações certeiras vêm a minha mente antes da chegada ao destino. Unindo as pontas, o post de hoje é uma homenagem à Marília Adan, uma mãe triplamente vitoriosa!!
O mundo não é maternal
É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto. Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos
desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a
mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu,
não o nosso.
O mundo quer que a gente fique
horas no telefone, torrando dinheiro. Quer que a gente case logo e compre um
apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que a
gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência
e estoure o cartão de crédito. Mãe também quer que a gente tenha
boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes
e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue,
que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente.
Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que
treme, nosso abatimento. O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos
para enfeitar ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta. O
mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de
bolo feito em casa.
O mundo quer nosso voto, mas não
quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos
pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não
pára para nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e
qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de
infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro
emprego. Para o mundo, quem menos corre, voa. Quem não se comunica se trumbica.
Quem com ferro fere, com fero será ferido. O mundo não quer saber de indivíduos,
e sim de slogans e estatísticas.
Mãe é de outro mundo. É
emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente,
dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção.
Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as
nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima,
seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo. Mãe é de graça.
Martha Medeiros - Non Stop - maio/2000
Fonte imagens: INTERNET
Acompanho o blog há bastante tempo e sinto que o seu senso de organização passeia por todas as áreas. Isso é verdade? Obrigada pelo texto de Martha Medeiros e parabéns à Marília Adan. 100% de acerto, só as poderosas conseguem! Rsrsrsrs
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkk Segundo dizem, sou organizada desde sempre. Mas "passear" por todas as áreas, acho um pouco forte. Quanto à essa mãe poderosa, você está mais que certa!! Continue por aqui. Amo as anônimas... Bjsss
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