ARQUITETANDO POR AÍ

ARQUITETANDO POR AÍ
O assunto aqui é transformar rotinas engessadas, visando a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Mas, como assim? Alinhando conhecimentos arquitetônicos a técnicas de organização, espaços residenciais ou comerciais são reestruturados com custo bem inferior ao imaginado. Independente do tamanho da sua necessidade, conheça um pouco dessa história e encontre respostas. Aguardo você...

29/11/2015

GRATIDÃO







ONDE NÃO PUDERES AMAR, NÃO TE DEMORES


Sai, corre logo. Afasta-te das ventanias crueis que ameaçam revirar-te a vida e os sonhos pelo avesso. Aqueles pedaços de histórias rotas e cerzidas, atiradas no cesto de roupas de sorrir - e que já usaste tantas vezes em festas enxovalhadas. Foge das tempestades. Das estradas sem rumo. Das folhas ressequidas, espalhadas em terrenos áridos e desconexos.

Sim. Tranca a porta, os ouvidos, a sensatez e vira as costas sem remorsos para tudo o que te causa mal e tristezas. Teus dias pinta-os com aquarelas leves e doces, mescladas a tons pastel.

As horas não devem ser transformadas inexoravelmente em cinzas, quem te disse? Embora saibamos que se trata de horas mortas, inertes em relógios de parede enferrujados pelo cansaço. Relógios, cujos ponteiros foram derretidos pelos vastos incêndios que se apossam silentes da tua alma atônita.

Sai! Despede-te rapidamente das águas turvas, habitadas apenas por sinuosas enguias. Não enxergas peixes dourados, nem vermelhos? O lodo não te serve, então. Tampouco a escuridão de um dia sem sois nem estrelas. As árvores morreram, alguns tocos ainda repousam no jardim abandonado. Raízes secas gemem por água. Mas o jardineiro se foi, levando junto com as despedidas, os antigos cuidados ao verde que aí vicejava.

Há esconderijos disponíveis para cultivar a paz. Um sentimento que parece ter escorrido pelas vielas de tempos imorredouros. Olha e te surpreende. Pois há linhas de seda para tricotar novas promessas de amores leves, já nascidos com asas. Amores que flertam com a presença suprema da liberdade. 

Foge também de quem tiver o aperto de mão indiferente e áspero, os sorrisos ausentes no rosto exausto de mentiras, o nariz empinado de arrogâncias vãs.

Despreza indivíduos sem ouvidos, concentrados em lamber unicamente a própria fala. Aqueles aficcionados em solilóquios, em discurso sem eco, voltados regiamente para o próprio espelho das vaidades, adornado pelo gigantismo do ego.

Alheia-te também de quem perdeu os braços de abraçar. Esqueceu-se de abrir as janelas para as visitas das alvoradas e lacrou os sentidos para os cantos felizes dos pássaros.

Mas lá tu não irás, temos certeza, pois falta amor - teu coração já anunciou. Além disso, felizmente também contas com afáveis sussuros da natureza, que entremeiam tuas histórias e caminhos, sempre rodeados de ideias e de esperanças.


Revista Bula, por Graça Taguti.










Bela crônica.
 
Tive o prazer de ler tão logo cheguei do Capão. Momentos inesquecíveis para quem esperou com tanta alegria o dia em que caminharia pelas chapadas das diamantinas. Uma experiência única, uma vivência enriquecedora, uma verdadeira transfusão da minha alma. O fogo, a água, o ar e a terra. Eis o berço que embalou essa nova menina, recém-nascida nos braços da floresta. Eis que renasci Ventania! Muito prazer!
 
Lá, hospedada na Pousada Lendas do Capão, não pude deixar de registrar a arquitetura a que Deus me deu a graça de conhecer. Tudo tão engenhosamente pincelado.
 
 
 
 




 
 
 
 
Aí, pensei... Essa casa na árvore... 9 metros acima do chão, cravada em uma jaqueira deliciosamente cheirosa. Tão pertinho de Deus e ao mesmo tempo fincada em raízes centenárias. Quanta bondade, quanta paz!
 
Não sei se sou capaz de construir algo tão perfeito, mas por certo, a vida tem me ensinado a nutrir com sabedoria e discernimento as bases daquilo que concretizo no seio do meu próprio ninho.
 
A natureza é mãe, sábia e generosa. Respire-a.
 
Muito mais que Designer de Interiores, arquiteta das minhas ideias e do bom senso, levo comigo ensinamentos adquiridos em um tempo de tempestades nuas e de bowerbirds a enfeitar a minha louca imaginação. Conhecem? Não? Ah! Isso fica pra uma outra prosa!
 
Em tempo de sol e brisa serena... Onde posso amar, semeio.
 
 
M.





 
 
 
Fonte imagens: ARQUIVO PROFISSIONAL

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